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Posted: 13 Jan, 2021 @ 5:41pm

INTRODUÇÃO:
Spiritfarer é um jogo que mistura experiências de jogos de fazenda/gerenciamento de recurso e junta isso a uma experiência de empatia, tudo isso dentro de uma aventura agradável e tranquila. Na pele de Estella, a nova barqueira dos espíritos, seu deve é guiar e ajudar os espíritos em seus últimos desejos. Mas, conforme o jogo avança, vemos que existe algo bem mais profundo e quase metalinguístico, não espere uma história complexa ou de explodir cabeças, ela é na verdade é muito sutil e as vezes quase um pane de fundo. Contudo isso não impede o jogo de ter sim um universo intrigante, seja por conta da sua mitologia, de seus visual e todas as criaturas inseridas nele.

GAMEPLAY:
Ao longo do jogo encontramos espíritos errantes, que estão passando por angustias, indecisões, ou sofrendo com traumas passados. Estella os recebe em seu barco, os alimenta, cada um com seus típicos gostos, é possível conversar com eles, abraça-los (para deixa-los mais felizes) e dar itens quando preciso. Cada espírito vai ter uma casa própria, que é preciso ser construída e depois decorada, para deixar alguns espíritos mais confortáveis. Todos eles terão missões onde é possível se conhecer mais de suas personalidades, e a história de suas vidas. E, mesmo sem falas (apenas escrita) é possível encontrar muito carisma e até se apegar por alguns personagens. Contudo sinto que alguns acabaram sendo simplesmente chatos demais, apesar de fazer sentido no jogo, na prática é simplesmente muito chato ter que cuidar de alguns deles.
E sendo a barqueira você precisa de um barco, este que pode ser melhorado para andar mais rápido, quebras barreiras de gelo ou pedras, passar por névoas e até deixa-lo muito maior, para comportar as construções. O jogo faz com que seu barco se torne quase auto suficiente, pois além das casas você pode construir desde diferentes tipos de plantações ate ferraria, forja, cozinha, tecelagem, entre outras coisas. Além disso existem muitas ilhas para se explorar, coletar itens como comida, madeira, minérios, fazer missões secundárias. Existem também locais de eventos, que podem ser ativos por cada espírito, uns melhores que outros, mas cada qual com sua função.
O barco, as missões e tudo roda em torno de tornar os espíritos felizes, trazer paz a suas tribulações e para no fim você poder se despedir deles, que é algo que pode trazer algumas lágrimas, por mais que você veja a cena repetidas vezes, sempre me fez sentir como algo único e especial.

A ARTE:
Spiritfarer foi logo de cara um vislumbre para mim, assim que joguei sua versão pré-lançamento eu soube que havia algo muito especial aqui, e estava certo. Dentro ou fora do seu contexto, sendo um jogo cartunizado e 2D, Spiritfarer é um dos jogos mais lindos que já joguei. A parte sonora não desaponta também, é lindíssima, marcante, pontual e muito tocante. Seja a musica tocada por alguns dos espíritos do barco quando estão felizes, ou a música para cada um de seus eventos ou até em outros momentos do jogo, como os tristes porem lindíssimos momentos de despedidas. E o jogo não se limita em ser bonito, ele o faz com charme, carisma e criatividade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: ERROS E ACERTOS.
Apesar de lindo e divertido, é impossível falar do jogo sem citar alguns probleminhas, eu sinto que o sistema de progressão teve certos problemas, certas partes passaram rápido demais, outras lentas demais. Foi impossível não ficar confuso em algumas quests, e noto que foi algo generalizado na comunidade, algumas missões eram simples e explicadinhas, já outras eram muito estranhas. Outro ponto que me incomodou é que nitidamente nem todos os espíritos tiveram o mesmo desenvolvimento, você simplesmente não se importa com eles, mal toma tempo pra descobrir do que eles gostam, e faz suas missões apenas para seguir no jogo. Conforme o barco cresce, em tamanho e número de construções, fica mais difícil de realizar certas funções e até fazer alguns eventos, fica um pouco chato e pode te fazer perder tempo. E por fim o jogo sofre com pequenos bugs, nada super-recorrente ou que me prejudicou na progressão, mas pela simplicidade do jogo eles são até que presentes e chatinhos quando ocorrem. Como o HUD desaparecendo, o barco não andando mesmo depois de você mandar navegar, animações dos personagens dando pequenos bugs visuais. Felizmente, nada que prejudique muito a experiências.
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PROS:
- Mundo lindíssimo, criativo e cativante.
- Gameplay funcional e relaxante.
- Alguns personagens carismáticos e marcantes.
- Arte visual maravilhosa, acompanhado de uma simples, porem excelente, trilha sonora.
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CONS:
- Progressão desbalanceada em certos momentos. (-0.5)
- Alguns eventos são chatos demais, não compensa a repetição. (-0.5)
- Alguns personagens são irritantes, ou não receberam a mesma atenção. (-0.5)
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NOTA: 8,5
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