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Publicada: 16 mar. 2023 às 1:54

O Inferno Verde: a condenação, ou o caminho para a salvação?

Em Green Hell você joga na pele de Jake Higgs, um cientista que juntamente com sua esposa intérprete, Mia, decidem explorar a floresta amazônica e encontrar as tribos dos povos originários. Apesar do modo de vida simplista e rudimentar, o casal nota algo peculiar na tribo Yabahuaca: sua saúde inabalável. Mas o custo desta expedição e suas descobertas pode sair muito caro.

Após uma série de eventos esquecidos pelo próprio protagonista devido a uma perda de memória, ele se encontra sozinho no meio da floresta e com objetivos bem claros: sobreviver, lembrar o que aconteceu e encontrar a Mia.

A grande questão é: você está pagando pelos seus pecados ou está buscando redenção?




Minha opinião

Enredo

A história no início é intencionalmente bem confusa, visto que o protagonista está sofrendo de Estresse Pós-Traumático, mas aos poucos o personagem vai se lembrando dos ocorridos conforme você progride no jogo*, adicionando à trama diversas revelações e uma reviravolta impactante.

* Spoiler pesadão! Cuidado, tá?
Curiosamente, a Mia nunca comenta no rádio sobre os ocorridos que o Jake esqueceu, somente depois dele lembrar, sequer diz aonde está. O que é um forte indicativo de que ela já tinha ido de ralo logo no começo do jogo. Afinal, custava contar o que aconteceu pro cara, pô? Porém o jogo não deixa de forma clara se de fato ela morreu, isso é entregue de forma sútil.

Jogabilidade

A jogabilidade é um pouco complexa, com mecânicas de confecção de inúmeras ferramentas, armas e utensílios, construção de abrigos, gestão de recursos e nutrientes, descobertas... Não vou mentir, no começo é muito difícil. Quando você finalmente pega as manhas e joga com mais segurança, parece outro jogo. Antes eu andava um pouco, sofria um ataque de predador e ficava andando desesperado pela floresta tentando não morrer (e falhando pateticamente). Hoje eu sei os efeitos de cada cogumelo, aonde encontrar alimentos, quais melhores curativos pros diversos tipos de lesões, melhor ferramenta para determinada função e por aí vai. Porém o jogo se beneficiaria de algumas melhorias, os comandos nem sempre são precisos: é difícil, por exemplo, pegar objetos submersos na água, pegar uma flecha de um corpo inimigo sem COLOCAR O CORPO DENTRO DA SUA MOCHILA (acontece). Sabe o que acho que seria legal adicionar ao jogo? ♥♥♥♥♥ e ♥♥♥♥♥! Pode parecer besteira mas consigo pensar em várias dinâmicas com esses elementos dentro do jogo: parasitagem, adubagem do solo (mecânica já presente no jogo, mas somente com dejetos de animais ou coisas podres), até irrigação do solo (mas menos eficiente, sei lá).

Gráficos, som, interação com o ambiente

Embora ligeiramente ultrapassados, são gráficos bonitos. Mas o jogo ainda assim é bem pesado, precisa de algumas otimizações. A movimentação dos animais não é muito fluida e às vezes os bichos travam e começam a correr se teletransportando. Ao cortar uma árvore, você vê a animação dela subitamente mudando para os itens interativos: troncos, galhos longos, galhos, galhos pequenos e cipó, é um pouco estranho, mas passa. O som é algo que me chama atenção nesse jogo. Ele é muito imersivo e CRUEL. Tenho mais de 80 horas de jogo no momento que estou escrevendo essa crítica, e até hoje eu me assusto com o som ambiente, e aí quando eu acho que não é nada, me surge uma onça e quase me mata.

Modo sobrevivência

Aaah é aqui que o jogo brilha. Sério. Foi aqui que gastei a maior parte do meu tempo jogando, inclusive no multi-player! Mas falo disso logo em seguida. O modo sobrevivência é o ideal pra você realmente explorar o jogo e todas as suas mecânicas. Criar ferramentas, armas, armadilhas, fornalhas, casas, abrigos, fazer plantações, dá pra pescar e até pra adotar CAPIVARA. Eu já fiz tanta coisa no jogo e ainda assim não consegui explorar tudo o que esse jogo tem a oferecer.

Modo multi-player

Meu contato inicial com o jogo foi nesse modo. Meus amigos criaram uma lobby e fui aprendendo com o que eles já sabiam, mas acabei me tornando dependente deles pra tudo que acontecia e eu tava tendo dificuldades de acompanhar os objetivos deles, por isso recomendo jogar com pessoas mais ou menos no mesmo nível de conhecimento do jogo que o seu.

É possível jogar tanto o modo sobrevivência quanto o modo história no multi-player, o que achei interessante e, parando pra pensar um pouco, engraçado o fato da Mia ter quatro maridos. Desculpa, só não tô acostumado ainda com a poligamia. kkkk

De modo geral, o jogo funciona muito bem no multi-player, tive pouquíssimos problemas com lag ou coisas do tipo.

O jogo não tem fogo amigo (não dá pra matar seu amiguinho), felizmente ou infelizmente, mas se tivesse, gostaria que pudéssemos escolher se esta função fica ativa ou não na hora de criar a lobby.




Mas e aí? Vale a pena?

Acho que se você leu tudo e chegou até aqui, minha opinião tá mais do que clara, né? Com toda a certeza vale a pena! Eu só recomendaria esperar por uma promoção, se possível. Mas aí vai de você! :)
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3 comentários
Kevin Mamar 20 mar. 2023 às 10:45 
obrigado!
Spirit: A Mula Mono Bola 19 mar. 2023 às 23:14 
Sim! O modo história tá disponível pra multiplayer de 2 a 4 pessoas!
Kevin Mamar 19 mar. 2023 às 19:36 
Da pra zerar coop?