---

A fina dor de uma agulha perfurado minha cabeça
Deixa me tonto e desorientado por alguns segundos
Aos poucos consigo ver de longe uma luz
Sentidos ainda perdidos a visão é o que me resta
Tentando identificar o que seria a luz, ouço um grito
Muito longe e abafado, parece ser de uma mulher
Já começo a sentir minhas mãos e braços
A ardência ao longo do meu braço direito
Não me incomoda tanto quanto não sentir o esquerdo
Ainda tonto e no chão vou me erguendo aos poucos
Partes do corpo doem como cortes e queimaduras
Já em pé me arrastando por um lugar escuro e frio
Sinto um tremor ao fundo, que me lembra
Algo pesado caindo, me apóio na parede por cansaço
Logo sinto mais um tremor, só que na calma do lugar
Onde é notável ouvir algumas goteiras
Junto de alguns barulhos de ratos correndo
Encostando na parede senti, junto do forte tremor
Tremores menores e rapidamente repetidos
Ainda perdido num lugar escuro
Com o que aparenta ser escombros e lixos espalhados
Muitos pedaços de madeira e um material estranho
Sem muita força chuto em uma direção qualquer
O som remete a algo parecido com bambu
Então decidi ir ao encontro da luz, que havia visto
Devagar e com muita dor ainda me vejo longe
Sem ter notado antes mas os tremores parecem perto
E com intervalos diferentes, então bem ao fundo
Ouço um som que me recordo nunca ter ouvido
A única descrição possível para min é
Um som de ar sendo rasgado, então muito rápido
Praticamente em instantes algo esbarra em min
Um barulho muito alto feito esses bambus
E uma força violenta me arremessa
Sem entender muita coisa, estou no chão
Agora preocupado com o que pede ter me atingido
Me rasteijo até a parede rapidamente
E viro na direção do impacto, e então ainda no escuro
Com uma luz bem longe que quase não ilumina
Sem acreditar muito bem, logo me vem que talvez
Seja o impacto, limpo meu rosto
Que estava coberto por algo grudento e gelado
Ali vejo apenas a parede, procurando alguma coisa
Percebo que ela é feita de grandes blocos de pedra
Temo que seja uma contrução tanto quanto antiga
Então perdendo muito tempo e sem muitas respostas
Saio correndo em direção a luz
Ignorando os barulhos e coisas no chão
Viro meu foco em correr e sair desse lugar
Quando atrás de min um tremor junto de um barulho
Me chamam atenção, e antes de me virar
Percebo rapidamente uma luz
Que olhando pela minha dobra na parede
Se move de um lado para outro
Então me viro, vejo muita fumaça e um buraco enorme
Não exatamente, mas perto dos três metros
Então a poeira abaixa


Corredor de bambus - part.1 / ©Obito.exe 2021



Humanos com suas visões limitadas
Em sua pequena sociedade, se fecham em bolhas
Lhe trazendo apenas o que lhe é conveniente
Não saem da zona de conforto
Por isso, são e sempre serão limitados a esse caos
Caos, que justo eles produzem, o ódio e a vingança
Sua mente é frágil, deixam sentimentos fúteis controlar
Essa é a raça inteligente menos inteligente
A raça que acaba com a própria casa
Se destrói e guerra entre si, que tem ódio de iguais
Poucos se destacam dentre essa raça
E os que se destacam, muito pouco são reconhecidos
Fixados em seus mundinhos, que gira em empregos
Se acha o centro do universo, tudo gira em torno deles
Quando na verdade, são a escória do mesmo
Não prezam pelo próximo, ao contrário desejam o mal
Não tem amor aos seres que habitam conjunto a eles
Evoluem de forma lenta, quase não há evolução
Nem biológica, nem mental, não tem conhecimento
Sinto pelos que tiveram o infortúnio de gastar uma vida
Nessa raça, que o ódio e a inveja rasgam a pele
Abrindo feridas, corroendo ideais e dominando-os
Nessa raça que é a melhor em ser a pior
Os que tiveram a fortuna de não estar nesse pesadelo
Apenas tenham gratidão, está é a maior sorte
Aos guerreiros que habitam entre essa raça
Só lhe resta esperar o fim, mas aproveitado tudo
Olhe para esses sentimentos fúteis e sinta-os
Já que para os humanos são tão importantes


Vida "inteligente" - By Obito.exe ©2021